Pois então, comecei no mundo da cutelaria. Depois de muito estudo e muitas ferramentas, finalmente pude fazer minha primeira faca. Nada parecido com o programa "Desafio do Fogo" do History Channel, mas é um começo.
Esse desejo de forjar e confeccionar uma lâmina era algo que me acossava ultimamente e a maior dificuldade é que eu moro em um apartamento e arrumar um lugar para levar a tralha era um problema (meu muitíssimo obrigado aos amigos da Marmoraria Kruger!).
Esse desejo de forjar e confeccionar uma lâmina era algo que me acossava ultimamente e a maior dificuldade é que eu moro em um apartamento e arrumar um lugar para levar a tralha era um problema (meu muitíssimo obrigado aos amigos da Marmoraria Kruger!).
Comprei uma forja a gás, a primeira a carvão que fiz, de uma churrasqueira portátil, era inviável, dava muito trabalho e fazia muita sujeira. Um bigorna boa, foi na segunda tentativa. Mandei confeccionar um banco para poder transporta-la e usa-la em qualquer lugar. E a lista de outras acessórios é grande, de segurança até o acabamento para dar às peças criadas.
Nesta faca, os únicos equipamentos elétricos que usei foram: uma esmerilhadeira, para retirar a carepa do forjamento e cortar algumas arestas, dando o formato grosseiro da lâmina; e uma furadeira de bancada, para furar o cabo e o ferrule. Tudo foi feito manualmente, com limas, grosas e lixas, o que demandou mais de 30 h de trabalho árduo em vários dias e algumas semanas (sempre que havia possibilidade de trabalho).
Características da faca:
* Lâmina: drop point, forjada.
* Tipo: faca de uso geral.
* Comprimento total: 26 cm
* Comprimento da lâmina (fio): 13 cm
* Largura máxima: 37 mm
* Espessura máxima: 3 mm
* Peso: 180 gr
* Cabo: madeira de pintangueira (lá do RS) tratada com óleo de tungue (meio a meio com limoneno).
* Espiga oculta, ajustada no cabo através de calor e posteriormente colada nesse.
* Aço: 1070 (0,7% de carbono), consegui com o cuteleiro profissional Jackson Shaeffer (Alfredo Wagner-SC).
* Ferrule: latão
*Tempera: parcial? (foi a tentativa .... o resultado efetivo da têmpera é uma incógnita que me perturba)
* Bainha: do tipo saco, de couro bovino.
O tempo aproximado gasto foi de:
Nesta faca, os únicos equipamentos elétricos que usei foram: uma esmerilhadeira, para retirar a carepa do forjamento e cortar algumas arestas, dando o formato grosseiro da lâmina; e uma furadeira de bancada, para furar o cabo e o ferrule. Tudo foi feito manualmente, com limas, grosas e lixas, o que demandou mais de 30 h de trabalho árduo em vários dias e algumas semanas (sempre que havia possibilidade de trabalho).
Características da faca:
* Lâmina: drop point, forjada.
* Tipo: faca de uso geral.
* Comprimento total: 26 cm
* Comprimento da lâmina (fio): 13 cm
* Largura máxima: 37 mm
* Espessura máxima: 3 mm
* Peso: 180 gr
* Cabo: madeira de pintangueira (lá do RS) tratada com óleo de tungue (meio a meio com limoneno).
* Espiga oculta, ajustada no cabo através de calor e posteriormente colada nesse.
* Aço: 1070 (0,7% de carbono), consegui com o cuteleiro profissional Jackson Shaeffer (Alfredo Wagner-SC).
* Ferrule: latão
*Tempera: parcial? (foi a tentativa .... o resultado efetivo da têmpera é uma incógnita que me perturba)
* Bainha: do tipo saco, de couro bovino.
O tempo aproximado gasto foi de:
1h30min para forjar a faca + 30 min para esmerilhar e cortar.
8 horas para ajustar o formato da lâmina e dar o acabamento para posterior têmpera
1 hora para fazer a têmpera
8 horas para limpar, corrigir falhas da tempera, definir geometria do fio e pré-afiar a lâmina.
6 horas para fazer o cabo
8 horas para limpar, corrigir falhas da tempera, definir geometria do fio e pré-afiar a lâmina.
6 horas para fazer o cabo
4 horas para fazer o ferrule
3 horas para outros detalhes, como colocação do cabo, pintura e afiação final.
3 horas para confecção da bainha.
3 horas para confecção da bainha.
As mãos são bastante exigidas no trabalho manual, principalmente para lixar e limar. O que me deixou com os dedos amortecidos pelo trabalho incessante em algumas etapas do processo. O forjamento também é exigente, pois trabalhei com uma marreta de 1,5 kg.
É inviável confeccionar facas para venda sem uma lixa de cinta. Como hobby, o trabalho inteiramente manual pode ser interessante, o que é meu caso.
Há muitíssimo que aprender, a cutelaria é um aprendizado constante (um universo de estudo). Infelizmente ainda não encontrei um professor para me ensinar e corrigir minhas falhas. Preciso tempo e dinheiro para viajar e fazer um curso, aqui por essas bandas ainda não achei. Sei que tenho muito que melhorar, estou começando e me esforço como posso.
Seguem algumas fotos do processo com comentários (desculpe pela qualidade das fotos). Sugestões e críticas são bem vindas, obrigado!
Depois de muito, mas muito trabalho, refinamento da lâmina, tempera, refinamento da lâmina, ferrule de latão e cabo, segue o resultado final.
Links recomendados para quem quer enveredar pelos difíceis caminhos da cutelaria:
http://www.cutelariaartesanal.com.br/forum/
http://berardofacascustom.blogspot.com.br
Quero agradecer a todos os que disponibilizaram gratuitamente o seu conhecimento sobre cutelaria.
O Brasil possui alguns dos melhores cuteleiros do mundo, mas temos que melhorar, existe muita gente com potencial. Temos que divulgar essa arte milenar que nos enriquece culturalmente.
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Atualização
Eu não tinha gostado da geometria do cabo e isso vinha me incomodando, então, resolvi muda-la. Fiz linhas mais fluidas, um cabo mais fino e retirei o excesso de curvas que não me pareciam adequadas à faca. Segue o resultado.
Ta aí o guasca, no espaço cedido pela Marmoraria Kruger. Forja, bigorna e banco de metal.
Temperatura de mais de 1000 oC na forja.
Resultado do forjamento, da lâmina original à peça forjada. Falta muito que melhorar a qualidade do forjamento, se nota pela forma final dada a peça.
Aqui, já um esboço pintado do recorte a ser feito.
Peça esmerilhada, retirada da carepa e recortada. Muito feia.
Peça com o contorno definido (na lima).
Algumas limas e lixas depois.
A peça ficou reta.
Daqui saiu o cabo!
Depois de muito, mas muito trabalho, refinamento da lâmina, tempera, refinamento da lâmina, ferrule de latão e cabo, segue o resultado final.
Faca com o resto do galho de onde foi retirado o cabo. Algumas marcas do forjamento ficaram. Estampei CH e o nr. 1 para dizer que essa foi a primeira. Propositalmente
desalinhei as letras.
Algumas marcas de lixamento ficaram no cabo.
Detalhe do cabo e retidão da lâmina. A geometria do cabo poderia ser melhor. Estou aprendendo.
Primeira bainha.
Links recomendados para quem quer enveredar pelos difíceis caminhos da cutelaria:
http://www.cutelariaartesanal.com.br/forum/
http://berardofacascustom.blogspot.com.br
Quero agradecer a todos os que disponibilizaram gratuitamente o seu conhecimento sobre cutelaria.
O Brasil possui alguns dos melhores cuteleiros do mundo, mas temos que melhorar, existe muita gente com potencial. Temos que divulgar essa arte milenar que nos enriquece culturalmente.
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Atualização
Eu não tinha gostado da geometria do cabo e isso vinha me incomodando, então, resolvi muda-la. Fiz linhas mais fluidas, um cabo mais fino e retirei o excesso de curvas que não me pareciam adequadas à faca. Segue o resultado.